Em mil mãos me dividi
As minhas únicas, não chegavam
Dar era verbo pronunciado
O pedir era constanteMesmo assim …
Ainda tinha mãos para acariciar, para tocar.
Não me lembro de outras mãos a ampararem-me
Não me lembro de mãos para me aliviarem.
Desdobrei-me em dádiva
Estou cansada
Jamais darei sem receber
Nunca mais serei a mesma
Não receberei
Mas também não dou.
Sou mulher de duas mãos
Sou capaz do que apenas sou capaz
A possibilidade
O carinho
A capacidade
Apenas dentro da medida
Foi demais!
Porque deveria ser certa
Deveria ser equilibrada
Apenas a capaz de minhas duas mãos.
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