quinta-feira, 3 de abril de 2008

Mãos



Em mil mãos me dividi

As minhas únicas, não chegavam

Dar era verbo pronunciado

O pedir era constante

Mesmo assim …

Ainda tinha mãos para acariciar, para tocar.

Não me lembro de outras mãos a ampararem-me

Não me lembro de mãos para me aliviarem.

Desdobrei-me em dádiva

Estou cansada

Jamais darei sem receber

Nunca mais serei a mesma

Não receberei

Mas também não dou.

Sou mulher de duas mãos

Sou capaz do que apenas sou capaz

A possibilidade

O carinho

A capacidade

Apenas dentro da medida

Foi demais!

Porque deveria ser certa

Deveria ser equilibrada

Apenas a capaz de minhas duas mãos.

Nenhum comentário: