quinta-feira, 2 de julho de 2009

Emparedada





Assim espero emparedada em dias sem fim.
Vens para me deixar na mesma
Sem me soltares da amalgama de tijolos e paredes
Deixaste que tudo se resolvesse por mim
Fugiste na facilidade que a minha competência resolvesse a vida.
Consegui!
Enquanto levianamente, virar as costas foi para ti mais fácil.
Já não me tens!
Assusta-me o teu regresso.
Traz-me angústia!
Quem és tu que retornas a casa em sorriso forçado
Esperando que braços abertos te recebam?
Sabes o que é roubar a vida, os dias, as horas?
Ouvir o som do silêncio como um grito lancinante nas noites frias?
Que me vens dizer?
Quem és tu?
Se te sinto entre um turbilhão de ondas de mentira e de cobardia?
Que queres mais de mim?
Habituei-me a paredes e solidão.
Mentiste-me!
Não cumpriste!
Nada nem ninguém me poderá separar de ti!
Ouvi-te mil vezes!
Acreditei sempre!
Pensei que eras capaz.
Julguei-te diferente.