segunda-feira, 17 de dezembro de 2007

Até a morte



















Há mulheres a quem lhes é negado caminhos
Dos muitos que poderiam percorrer.
Que lhes é negado o perdão
Por erros cometidos deliberadamente ou não!
A mim…
Sem erros deliberados abriram-me caminho.
Em tempos.
Em tempos recentes
E não só em tortura no meu ser
Moendo, gastando, amesquinhando.
Frente a frente.
Conversa tranquila e sem emoção
Falando rotineiramente em passatempo.
Com o mesmo à vontade com que se contempla uma revista
Abertamente
Descaradamente
Friamente
Como se ao acontecer…
Fosse banal.
Normal.
Esperado
Acontecido.
Ela morre!
Era a expectativa do caminho
E no olhar nem sombra de emoção!

Bola de Cristal



















Olho fixamente a minha bola de cristal
Vejo mil imagens e promessas
Caminhos livres de poeira
Com espaços amplos, objectivos e vontades
Estou em cativeiro.
Prisioneira, asfixiada está a minha alma, a minha vida.
Rodo-a nas mãos procurando o mais pequeno poro
Um orifício ínfimo que me deixe sair.
Não acredito em profecias, nem em destinos.
Acredito que me deixei cristalizar dentro dessa bola maldita.
Incauta, entrei nela sem sentir.
Tenho medo de a estilhaçar contra as imposições
Contra o tempo
Contra a força que nela me aprisiona.
Sou apenas e um pouco medrosa
Mas…
É só abrir as mãos…
E voarei faminta de liberdade.

domingo, 16 de dezembro de 2007

Condenação





Estou farta de discursos de desvalorização
De condenações...
De momentos no limiar do absurdo
Que quase me levam à loucura
De humilhações!
De culpabilidades!
Momentos de uma vida sem luz de gratidão
Cansei-me de não encontrar retorno
De pedir...
E de meus apelos se escoarem no eco.
De traição!
De desclassificação dos meus valores
De escárnio e de intenções programadas!
Sinto minha auto estima presa a correntes pesadas
Também sinto que tudo dei
Que nada perco!
Apenas em busca de paz,
Deixem-me seguir...
Mesmo não sabendo por onde.


Máscara












Se aqueles que te rodeiam…

Te pudessem ver despido da máscara que usas…

Sem o traje da pele que vestes

Como se desiludiam!

Apenas eu, apenas eu…

Te conheço sem disfarces!

Infelizmente…

E por maldição!

Apenas eu.

O azul










Nem todas as ondas do mar

Nem todas as águas em azul cristalinas

Poderão apagar o que oculto em dor e que no meu ser instalaste

São também azuis os teus olhos

Tão falsos em expressão!

O semblante que não é…

A personalidade sinuosa e egoísta

O sangrar que causas

A dor constante do punhal nas costas

Cravado em omissões

Em falsidade

O meu peito aberto, perdido, sofrido.

Tão magoado!

À espera


Vi caminhos sem fim…

Percorri estradas sinuosas e desafios.

Esperei por ti em cada encruzilhada

Perguntei com palavras da alma se te tinham visto.

Esmaguei-me à tua espera.

Vi semelhanças!

Apareceram-me semblantes.

Ténues imagens…

Mas mesmo no Caminhos de Poeira…

Nunca te encontrei.