terça-feira, 30 de setembro de 2008

Entre o arvoredo



Como fiquei tempo demais pensando em dias de sol
Quanta ilusão
Ignorância possivelmente…
Embriaguez!
O mundo corria num desenfreado galope esquecido de mim e eu dele.
Eras tu!
Só tu o meu mundo!
Vago este estar na vida…
Utópico
Cauterizei-me em absoluto
Como se pode ser louca a este ponto?
Acho que lentamente me vou afastando
Caminhando só e segura
Lentamente entre o arvoredo
Aos poucos…
Pisando dores, silêncios, a minha abnegação
As injustiças e o esquecimento.
Desamor e egoísmo.
Em breve, mesmo contigo estarei só
Desamparada inteiramente
Mas habituada
Sem saber receber nem dar

quarta-feira, 24 de setembro de 2008

Por ele...



Quando se trata dele….
Quando o comer não basta.
Quando a desilusão o magoa…
Quando me acusas sem motivos.
Sai-me do coração um ronco feroz.
E estrangulo-me em náuseas.
Louco!
Que fizeste?

domingo, 21 de setembro de 2008

Palavras de vento





É incrível a tua subtileza
A maneira tão ardilosa com que me imputas culpa.
Como julgando-me ainda inocente, me manipulas em jogos de palavras.
Eu acordei!
Já não sou a mesma que outrora me orientava pela luz do teu farol.
Como é mais fácil defenderes-te atacando e culpabilizando-me
Como tu próprio…
Estás interiorizado de erros.
E não os admites.
Não……
Não me fazes de marioneta pulando nos dedos hábeis da tua mente.
A boneca que tocavas ao som que te aprazia…
De repente criou vida.
Tens medo que o meu cérebro pense?
Tens medo que não me deixe intimidar nas verdades utópicas que defendes?
Cala-te!
Esconde a tua consciência debaixo de um lenço ao vento
Mas nunca penses….
Nunca penses que intimidada
E com as certezas e virtudes por ti defendidas
Que me farás pensar diferente.
Quando o ajuste acontecer.
Por insinuações, por acusações, por falsos moralismos…
Como gostarias que fosse.
Ainda por cima!
Como te daria jeito…
E prazer!
Sossego!
Ou quiçá a paz para a tua vida insípida, irreal e de persuasão falsa.
Que tranquilidade te daria…
Ser eu a pedir perdão.

sábado, 20 de setembro de 2008

Fome




Fome ….
Imagem de fome intrínseca
Os olhos do vazio
Olhando para mim na esperança da queda
A morte rondou-me dias a fio
A imagem estava lá
Engolia-me em cada dia e minuto
Era um pesadelo
Sem sono, sem sonho, sem acordar.
Era real.
Olhava-me querendo tragar-me
Esperava por mim em cada gesto, em cada madrugada, em cada dia.
Olhei-a vezes sem fim
Enfraqueceu-me o confronto
Pensei que jamais a afastava
Os olhos……
Aqueles olhos!
Cegaram olhos cristalinos
Deixaram de ver.
Irremediavelmente
Em maldição.
Guarda, guarda o espectro
Padrão magnético de tanto sofrimento.
O mesmo que te acompanhará para sempre.
Porque nele deixei a minha tortura.
A tortura que te acompanhará perpétuamente.

quinta-feira, 4 de setembro de 2008

Desejo?





Não te desejo como pensas!
Desejo-te em exemplo.
Desejo-te em passado.
Não te posso desejar
Falhado.
Vendido.
Humilhado.
Pequeno de alma e de atitudes.
Como poderei desejar-te quando a nobreza em ti acabou?
Sinto-te rastejando
Sem o orgulho que me envolvia e que te fazia grande.
Aos poucos esvai-se o meu sentir nas tuas fraquezas.
Não te ergues em força.
Não tens opinião nem vontade
Ainda me falas de amor?
Amor a quê? A quem?
Renegaste-nos!
Amamos-te em orgulho
Vai! Faz o que te ordenam!
Humilha-te...
Servo da ignorância.
Hoje, apenas hoje, perdi o sono
E zanguei-me comigo.
Afastam-se os dias que por ti perco noites pensando
Como? Como?
E escrevo…
Escrevo …
Para que não me ouçam gritar.

quarta-feira, 3 de setembro de 2008

Elo





Apenas um elo se mantinha.
Na corrente forte e segura
Um elo chamado verdade.
Vai-se partindo na força das omissões
Da intuição…
Da intuição que clama para que a porta se feche.
Não te quero sentir, nem bem nem mal.
Quero-me livre de preocupações
Eram de amor e dedicação.
Parte de vez a corrente.
Deixa-me em paz comigo própria!
Quero sossego, um sossego novo
Um sossego único e inédito
Não o retorno do mesmo sossego…
A paz que me invade quando em vazio
Nada tenho
Nem nada me fustiga.
Vai …
Vai-te embora de vez da minha preocupação
Do meu íntimo que tenta proteger-te em todos os obstáculos.
Cai despedaçado no chão da tua estupidez.
Não me peças que recolha os cacos do que vai sobrar.
Não me terás para isso!