segunda-feira, 28 de abril de 2008

Imbecil



Imbecil !

Que perdes tudo!

Que nunca te sentiste em plenitude

Que de lado estão teus filhos esmagados

Que serves na imbecilidade de nada receberes.

Que te julgas em espiritualidade

E te perdes em estupidez

Que tudo para ti é fruto de um idiota completo e pleno.

Dorido ficou teu filho

Magoado para sempre em contemplação das tuas atitudes.

Negar ao sangue em prol de uma ilusão…

Tirar o que de justiça se tem direito.

As espécies inferiores…

Nem os animais deixam de proteger seus filhos.

Até eles, elevam o sentimento

O sentimento mais nobre da espécie

A paternidade!

Pateta!

És um pateta!

Um pobre e completo imbecil

Na mais nua versão

De uma imbecilidade patológica

Que de ti se vão aproveitando

E que …

Nem disso te dás conta!

segunda-feira, 21 de abril de 2008

O mesmo!



Como fico indiferente!

Como gosto de ser observadora passiva.

De fora vou constatando!

Condeno-me pelo regozijo

Pelo sentimento talvez menos sublime

Que de mim se apodera.

Vou confirmando

O que o meu íntimo sempre avisou.

Vou confirmando…

Que quem com ferros mata….

Com ferros morre!

Como é tão verdade!

Brinca-se com tudo…

Brinca-se com o trivial

Mas, com sentimentos…

É perigoso.

A vida encarrega-se de fazer justiça.

Quem sofreu, quem magoou por sacudir e vexar alguém…

Tarde ou cedo

A mesma força que o moveu a magoar.

Será implacável contra o agressor.

Quem fez chorar, sofrer

De humilhação, de mentira, de traição

Neste espaço de vivência

Sofrerá de insegurança e fome de amor.

De pavores e angústias…

De dores que as físicas não superam.

Jaz tão doente…

Mas sofre mais, muito mais…

Muito mais!

Do que fez sofrer.

Insegurança, humilhação, medo, substituição, desamor.

Escolha!

Qual será?

Veremos!

Assim será,

Assim constatei sempre!

sábado, 19 de abril de 2008

Cativeiro

Deves-me.

A vida que me roubaste

As horas que em cativeiro passo

A raiva que sinto de me manter prisioneira.

Porque incauta e confiante aceitei.

Tu sabes e sabias…

Que fechar-me significava fim.

Nasci livre.

Fui sempre livre…

Imagino quer queiras quer não

O jogo…

A falsidade…

A perversidade …

A subtileza

A oportunidade

O momento de vida

Em que pela frente me foi colocado

O amor de um filho

E a liberdade.

Jogaste com isso

Aproveitaste!

Mas deves-me esses momentos

E eu…

Jamais deixarei …

Jamais!

Deixarei de cobrar!

sexta-feira, 18 de abril de 2008

Teu?



Meu pai quantas vezes te procurei

Pai!

Onde te encontro para falarmos um pouco?

Onde andaste enquanto crescia?

Quantas vezes esperaste por mim em dias de chuva junto à escola?

Quantas noites ardendo em febre senti tua mão em meu rosto?

Onde estiveste meu pai?

Para dividir contigo os meus sonhos

Para saber que como os outros estavas presente.

Pai!

Soa-me a longínquo

Soa-me a abandono

Soa-me a perda

Sabes pai, fiz o meu tempo em esperas

Na espera da mensagem da noite

No soar de um telefonema que nunca chegou

Pai!

Que me ensinaste?

Quantas vezes olhaste para os meus olhos

Dizendo…

Amo-te meu filho

Cresci pai.

E tu não estiveste nunca.

Rede



Amarrado numa rede invisível

Incapaz de te soltares.

Seguro como um animal cativo.

Deixaste-te embrulhar em caminhos não de poeira

Mas de curvas sinuosas e perigosas.

És um engradado sem liberdade.

Será que voa livre o teu pensamento?

Será que pelo menos esse está solto?

Como me causas dó!

Na tua solidão…

Não existe liberdade.

Julgas que a tens, para te enganares.

Vive amarrado.

Tu próprio…

Tu próprio!

Atiraste com a manta de malha de ferro

Sobre as tuas costas

Tão implacável e que te envolve

Dar...Pode-se dar!

Servir nunca!

quarta-feira, 16 de abril de 2008

Onda



Quando não durmo

Quando nem sei se é dia ou se a noite chegou…

Deixo-me levar por uma onda de sonhos

Como quisera ser espírito

Ser espírito para ser livre

Para poder mergulhar na onda dos meus sonhos

Sentir a força do mar.

Porque me aprisionaste, entre paredes

Entre obrigações

Porque me exiges deveres que não me competem

Deixa-me viver livre

Viver mesmo que insana

Mas livre

Desfrutar da vida

Mergulhar em sonhos irrealizáveis

Mas meus!

Apenas meus!

Gesto...


Este gesto é simbólico

É mediático

Bem conhecido

Quem omite, quem mente, quem não olha de frente

Gesto característico do mentiroso

Do omisso

Daquele que mansamente parece ter um semblante…

E tem outro.

Que mente.

Como te conheço bem!

Como sei como és.

Quem me dera acreditar

Quem me dera embalar-me em palavras

Que o vento vai levando.

segunda-feira, 14 de abril de 2008

Emaranhado




Solta-me do emaranhado de momentos

Deixa-me correr livremente

Não me mantenhas mais embrulhando horas

Momentos tão iguais

Dias sempre na mesma.

Não espero por ti?

A vida que me deixaste é penosa

É contrária ao meu estar

Ao meu viver.

Sei que não poderei ter tudo

Sei que se exigem mil sacrifícios

Mas se não tiver os teus braços

Se não te esperar ao fim do dia

Também para quê viver…

domingo, 13 de abril de 2008

Quando....



Quando não conseguir parar o impossível

Quando minha mão se erguer sem força

Sei que jamais estarás aqui

Sei que nunca contarei contigo

Para que me entendas

Que nunca me aliviarás o cansaço

Que nunca perguntarás se estou bem.

Serei sempre a capaz, a forte, a sem descanso.

Ainda me dizes que …

Descanso!

Encontras sempre, basta que queiras!

Como é fácil dizer!

Como é tão fácil se pouco te cansaste.

Se sempre encontraste o feito, o realizado.

Nada que fosse de meu agrado te custou.

Nada que me desse sossego me ofertaste.

Nada que te custasse para me aliviar!

Aqui me tens sempre em objectivos

Sempre em direcções que certas ou erradas

Nunca as tomaste.

Para criticar as que por infortúnio

Ou por decisões sem apoio

Não são do teu agrado nem correm bem.

Esmaga-me sempre.

quarta-feira, 9 de abril de 2008

Durante a noite



Durante a noite meu ser vagueou sem paz

Senti-me atormentada

Senti, como se um sopro hálito de veneno

Me aconchegasse os lençóis

Passei meu sono intranquilo

Senti que mais uma vez …

Mais uma vez

Minha vida era usada

Senti o erro

Senti a mentira rondando o meu sossego

Como sabia?

Como senti?

Porque senti?

Porque dizes e logo a seguir

De palavras que são bálsamo

Logo a seguir…

Um tropeço

Um encontrão

Uma omissão.

Não tens receio?

Não te atormenta a alma

Tirares as migalhas que da tua mesa caiem?

Maldição…

Ou talvez loucura!

terça-feira, 8 de abril de 2008

Falsamente mulher



Porque não comentar?

Porque não criticar e até fazer chacota

À mulher aparentemente empresária ?

À mulher, apenas mulher...

Mulher fiel e pura!

Mulher sem estigmas de interesses.

Ao cansaço sem par

À competência!

Como admiro mentes tão sublimes…

Como gosto de saber que na indecisão de amores

Se pedem favores...

Se guardam benesses.

Ah se eu soubesse…

Se eu tivesse esta universidade…

Como teria lucrado!

Em meias frases, em meias palavras

Em momentos subtis

O lucro fácil

Os tolos servindo

As confidências usadas

A amizade proclamada…

Amizade?

Deixa-me rir e fingir que acredito

Não escorregues …

Não tires a mascara

Que já pouco te equilibras

Quanto mais quando...

Quando se esgotar no tempo

A farsa que és!

A queda que darás!

segunda-feira, 7 de abril de 2008

Vou mudando



Vou mudando...
Do silêncio que me acompanhou
Da noite que se instalou no dia
Devagar...
Vou mudando.
Hoje as minhas origens que esqueci...
Que esqueci por ti.
Ecoaram em alegria pela casa.
Meu coração encheu-se de jubilo
Minha alma soltou-se quando a musica me pegou ao colo
Foi como se tudo voltasse ao passado feliz.
Consegui sentir o que é o meu ventre.
Minha identidade, minha estrada.
Vida perdida em promessas que não cumpriste.
Sentir que nada tenho que te dar
Já dei demais!
Perdas?
Perdas terás tu!
Quando em liberdade meu coração fugir de ti.

Para !



Pára!
Assim estará a minha vida
Entre a minha e a tua vida.
Pára, que me esgotei.
Pára, que nem a saudade nem a ausência me magoam.
Contigo aprendi a frieza ...
O lidar sem sentimentos
O viver para mim.
Esbanjar o meu sentir ?
Contigo?
Para quê?
Nem vejo nem sinto se sorris...
Cada vez estarás mais distante...
E, possivelmente para liberdade minha
Possivelmente para felicidade.
Felicidade, que maldosamente e sem perdão
Arrancaste do meu ser.
Hei-de sorrir!
Hei-de ser feliz!
E tu serás passado.
Carregando nos ombros
O peso do que fizeste
O remorso que te chegará um dia.
Tão pesado como a dor que carreguei
Sem merecer!

quinta-feira, 3 de abril de 2008

Mãos



Em mil mãos me dividi

As minhas únicas, não chegavam

Dar era verbo pronunciado

O pedir era constante

Mesmo assim …

Ainda tinha mãos para acariciar, para tocar.

Não me lembro de outras mãos a ampararem-me

Não me lembro de mãos para me aliviarem.

Desdobrei-me em dádiva

Estou cansada

Jamais darei sem receber

Nunca mais serei a mesma

Não receberei

Mas também não dou.

Sou mulher de duas mãos

Sou capaz do que apenas sou capaz

A possibilidade

O carinho

A capacidade

Apenas dentro da medida

Foi demais!

Porque deveria ser certa

Deveria ser equilibrada

Apenas a capaz de minhas duas mãos.

quarta-feira, 2 de abril de 2008

Eu



Assim estou...

Calada, submissa em dias perdidos.

Para que hei-de clamar?

Implorar…

Com pleno direito a exigir?

Assim me prostraram em tantos momentos

Assim me retribuíram

Tanto amor, tanta abnegação, tanta doação.

Será que levantarei o véu que me impuseram?

Será que movida de uma força sem par

Ainda conseguirei rebelar-me?

Pedem-me esquecimento

Pedem-me que ainda conceda mais

Jogam minha consciência em farrapos ao vento

Para que não se notem

Sabem e manipulam o meu ser.

Ela ama tanto, que não é capaz, pensam, dizem e sentem.

Possivelmente tem razão…

Com sagacidade conhecem-me bem.

E heis-me prostrada

A mãe, a irmã, a filha, a esposa e amante.

Querendo mais de mim.

Usando-me

Violando meus sentimentos e alma

Coberta…

Nem lágrimas se notam

Quando rolam pela face em mil momentos.

Levantar o véu?

Por índole e comodismo

Ninguém!

Nem tu que tanto juraste amor.

terça-feira, 1 de abril de 2008

Teia



Hoje é dia do teu dia

Dia de todos os dias que percorres na vida

Mentirosa

Falsa e fingida

Carácter sinuoso onde se perdem alguns

Amigos?

Não me faças rir!

Que amigos?

Promessas subtis, meias palavras

Corpo para se usar em meia oferta

Esse corpo que começa a cansar-se

O tempo vai marcando

O teu cartão de visita vai-se esbatendo.

Mentirás quanto tempo?

Quantos caiem na tua teia?

Quantos?

Ofertas, favores, dinheiros, jóias…

Quantos te olharão como mulher segura?

Continua…

Continua a fazer dos teus dias

Uma teia de aranha onde te embrulharás tanto

Que para te soltares

Nem tu própria saberás a saída do labirinto que construíste.