quarta-feira, 2 de abril de 2008

Eu



Assim estou...

Calada, submissa em dias perdidos.

Para que hei-de clamar?

Implorar…

Com pleno direito a exigir?

Assim me prostraram em tantos momentos

Assim me retribuíram

Tanto amor, tanta abnegação, tanta doação.

Será que levantarei o véu que me impuseram?

Será que movida de uma força sem par

Ainda conseguirei rebelar-me?

Pedem-me esquecimento

Pedem-me que ainda conceda mais

Jogam minha consciência em farrapos ao vento

Para que não se notem

Sabem e manipulam o meu ser.

Ela ama tanto, que não é capaz, pensam, dizem e sentem.

Possivelmente tem razão…

Com sagacidade conhecem-me bem.

E heis-me prostrada

A mãe, a irmã, a filha, a esposa e amante.

Querendo mais de mim.

Usando-me

Violando meus sentimentos e alma

Coberta…

Nem lágrimas se notam

Quando rolam pela face em mil momentos.

Levantar o véu?

Por índole e comodismo

Ninguém!

Nem tu que tanto juraste amor.

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