sexta-feira, 4 de julho de 2008

Será magoada a presença!

Voltou a ser adolescente

Ao fazer de mim um homem.

Se necessário não comia, para que eu me alimentasse.

Deu-se inteira...

Foi mãe, amante, mulher em pleno.

Deu-me seus braços, circulo abençoado de repouso.

Veio para mim sem interesses nem ambições.

Enfrentou com vigor de alma, as tempestades da vida.

Aliviou meu fardo nas horas más.

Cobriu-me com seu corpo nas guerras, para que não me ferissem.

Velou meu sono nas doenças que surgiram.

Limpou meus sapatos fazendo-me apresentável, bonito.

Guerreira implacável sem temores...

Frente às leis de sabedores e juristas, nada era obstáculo.

Dava a face com sapiência e vencia!

Do impossível, fez possível.

Não distinguia classes sociais...

Nem a assustavam manipulações importantes.

Todos os seres eram iguais.

Não tinha falsidade, nem mistérios, nem mentiras, nem omissões.

Amou a natureza.

Os espaços com linha de horizonte.

Falou com os animais.

Mandou recados pelo vento.

Beijos pelas estrelas.

Deixou o amor reinar sobre a inteligência

Amando amigos como irmãos

O irmão como um filho

Os filhos como relíquias

E a mim como um Deus!

Lembro-me da ternura do amor sussurrado baixinho...

Da força intrépida para segurar o leme

Do rumo do barco em que viajámos juntos.

Não cheguei ao âmago do seu entender, A VIDA.

Chamei-lhe poeta!

Abandonei a poesia que bebemos

E da qual todos saciámos nossa sede.

Nem nos filhos encontro parecenças dela

Pois até isso me deu!

Magoei-a, feria-a como se abate pelas costas, à traição, o inimigo

E...ela perdoou!

Seu porte altivo foi-se curvando de desgostos, de omissões, de falsidade.

Seus olhos pararam no vazio da dor...

Sem brilho, toldados de lágrimas, de silêncio...

Perdeu a alegria e mesmo assim fez-se mil vezes palhaço.

Nem sequer um beijo, um adeus....e ela partiu.

Nem sequer uma flor, uma hortense roubada para lhe dar....e ela partiu.

Nunca nada exigiu...e ela partiu.

Mas...no adeus deixou escrito

AI DE TI HOMEM QUE DOS DIAS QUE TERÁS PARA VIVER...

SEMPRE, SEMPRE, EM CADA FIM DE TARDE...

AO ENTARDECER!...

DE TODAS AS TARDES DOS DIAS QUE TE RESTEM...

TEU PEITO NÃO SE ENCHA DE SAUDADE

E TEUS OLHOS DE LÁGRIMAS POR MIM.

(Será eternamente para ti, o que deverias ter enobrecido )

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