terça-feira, 13 de maio de 2008

De pé?



Mantiveste-te de pé velha árvore

Acossada pelo tempo

Maltratada e sem alimento

Deste sombra e abrigo

Protegeste quem à tua sombra se sentou

O tempo é inexorável no seu passar

O tempo castiga

O tempo desgasta

Velha árvore que tanto deste

Que tanta sombra nos dias maus ofereceste.

Agora caída e só

Sem mais poder dar abrigo

Ainda esperam que teu tronco destruído

Sirva para decepar

Para cortar e sangrar

Sangrar em seiva de lágrimas

Em dores incontidas

Em bocados …

Apenas bocados quem sabe...

Para numa lareira em derradeiro doar

Aqueça alguém que sinta frio.

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