Na margem…
Entre escolhos e despojos.
Arrastada em tempestades.
Sem esperança e à deriva
Bate meu corpo inerte.
Não sei se existe sol, uma mão ou um pontão.
Vou batendo nas margens ao sabor do tempo
Tão nublado este lugar! …
Deixo-me arrastar pela corrente envolta em cardos.
Cansei-me de tentar agarrar-me a nada.
Desisti da esperança da tua mão para me ajudar.
Do porto de abrigo.
Como te conheço…
Como sei que esperas que o tempo passe.
E no passar do tempo, entre escolhos e despojos.
Batendo ao sabor das correntes.
Agredida por cardos e maus tratos.
Depressa esta alma e este corpo sucumbirão.
E apenas tu…
Tu, assassino de olhos de anjo.
Apenas tu, saberás como foi fácil levar-me ao fim.
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