sexta-feira, 8 de fevereiro de 2008

À margem


Na margem…

Entre escolhos e despojos.

Arrastada em tempestades.

Sem esperança e à deriva

Bate meu corpo inerte.

Não sei se existe sol, uma mão ou um pontão.

Vou batendo nas margens ao sabor do tempo

Tão nublado este lugar! …

Deixo-me arrastar pela corrente envolta em cardos.

Cansei-me de tentar agarrar-me a nada.

Desisti da esperança da tua mão para me ajudar.

Do porto de abrigo.

Como te conheço…

Como sei que esperas que o tempo passe.

E no passar do tempo, entre escolhos e despojos.

Batendo ao sabor das correntes.

Agredida por cardos e maus tratos.

Depressa esta alma e este corpo sucumbirão.

E apenas tu…

Tu, assassino de olhos de anjo.

Apenas tu, saberás como foi fácil levar-me ao fim.

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