terça-feira, 17 de junho de 2008

Penumbra



Transpiro saudade pelos ossos

A face pálida, por vezes rubra

Denuncia a penumbra

E o sofrimento nos meus olhos

Por que não cala-te

E adormece nesse peito?

Ó! Espectro de luz...

Carrasco do meu silêncio

Leva! Afasta de mim

Os vestígios dessa lembrança

De quem chora pela ausência

E teme pela distância

Porque minha alma

Não suporta tanta angústia

Aos teus ouvidos é música

E aqui nesse claustro

Prisioneira de mim mesmo

Me desfaço com o medo

Enlouqueço... Adormeço...

Por que tu és fogo que não arde

És paisagem fria e morta

És saudade que me invade

Destrói... Devora...

Não lembro quantos sorrisos

Cabiam em meu rosto

Tanto ardor! E quanto desejo!

Mas tu levaste todos...

Se Deus soubesse

Da minha existência

Não iria permitir

Tuas ofensas...

Por que me torturas

E não me condena?

Por que não me abandona

E me deixa morrer de tristeza?

Meu corpo é meu templo

É o resto em ruínas

É esquife do espírito

Que renuncia à vida...

Tu és a voz profana

Que ecoa em meus ouvidos

É a noite, é meu drama

Meu ritual de suicídi0

Transpiro saudade pelos ossos

A face pálida, por vezes rubra

Denuncia a penumbra

E o sofrimento nos meus olhos...



(Rodrigo Q.)

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