quinta-feira, 27 de março de 2008

Filhos



Do amor mais sagrado sinto soltar amarras

De tudo o que dei…

Nada me é reconhecido.

Como algozes vão destruindo o que de mim resta

A tua semente mastiga-me a alma

Mastiga e cospe tanto amor.

Tanta dedicação

Será que não notas?

Será que não te revês?

Será que não consegues ser testemunha presente?

Será que não vendo, não crendo...

A omissão é a melhor desculpa.

Cegaste?

Estás cego?

Como te será cobrado o abandono.

Como será futuramente?

Como te desculparás…

Pela distância?

Por momentos cedidos a outrem?

Por ausência entendida e aceite?

Pelo pão que colocaste na nossa mesa?

Só pão?

Quando te disserem...

Ele deu a outros o que era para nós.

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