quinta-feira, 2 de abril de 2009

A espera do combóio






Vieste sereno e meigo
Chegaste cheio de luz no olhar
Tanto carinho para mim...
Meu sentir fica perdido.
Não te conheço com tanta versão de sentimentos
Soa-me a inverdades, a palcos e teatros.
Deixo-me adormecer nos braços de um desconhecido
Modificado pela ausência, transformado por marcas de pecado.
Quem és tu?
Que me desassossegas e tanto me dás?
Que me abandonas em silêncio profundo
Ignorando logo de seguida
A minha abnegação
A minha lealdade
A verdade que nunca escondi.
Que me pedes para saltar muros intransponíveis
Que sentes as forças faltarem-me, mas insistes na minha capacidade.
Quem és tu …
Que passam anos
Passam dias
E não te ouço dizer
Descansa, mereces!
Deitada num sofá de penas e mágoas
Vestida em trajes elegantes
Colocas-me na linha de morte sem compaixão
Porque servirei até ao fim…
Porque do impossível, faço possível
Porque os bons momentos guardas para ti.
Em serenidade o comboio que passe.

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