sábado, 10 de outubro de 2009

Tornar vazio





Tornei-me vazio
Esvaziei-me de tudo.
Não sinto dores, nem mágoas, nem felicidades.
Que dia é hoje?
Não sei nem me interessa.
Passei ouvir a vida num compasso de solfejo batendo certo.
Sinto-me invisível quando saio e passo por alguém.
Não gosto de companhia nem de que haja sol, vento ou frio.
Sei que vivo bem ao fazer-me incógnita de tudo.
Tornei-me labirinto onde deambulo sem destino…
Mas também o destino não me importa.
Nem me importa o silêncio sem a melodia dos dias de sol.
Será que alguma vez houve sol na minha existência?
Já não é prisão, é paz!
A paz que me impus para passear pelos dias da minha vida.
Não janto nem almoço, alimento-me do essencial.
Ando descalça no gelo da alma.
Desta alma que parou de doer
Que parou de sentir.

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